Sentadas neste passeio .
E também a conversar.
Dava para conviver.
E também " pra" namorar.
II
Com o seu chapéu de palha.
Sentada e a pensar.
Que ele não apareceu.
Para estar a namorar.
Esta foto representa como as pessoas conviviam quando na saída da missa ao domingo , para saber o que se tinha passado durante a semana, e visitar seus familiares. Ainda havia um pouco de cultura e interesse pelas pessoas , e muitos jovens comunicavam uns com os outros fazendo amizade e alguns acabavam por fazer namoro . Essa foto deve de ser da altura da minha mãe , mas em 1950 ainda era assim , hoje já não se convive assim , e se passa pelas pessoas e nem o bom dia se dá, e só vêm a saber que alguém morreu uma semana depois.
Na terra onde nasci.
Ainda se lavava à mão.
Em casa ou no lavadouro.
E se estendia no chão.
I
Lavando no lavadouro.
A lavar se conversava.
E pondo a conversa em dia.
Sabiam o que se passava.
II
E sempre que alguém passava.
Ali conversava um pouco.
Olha "amiga" o meu filho .
Troce o calção todo roto.
III
Lavando a roupa suja.
Torcendo e pondo sabão .
Pancada aqui e ali .
Tudo se fazia à mão.
V
Lavando a minha roupinha.
Que custava a lavar
Era com sabão azul.
E também se punha " quarar"
Hoje ma apetece lavar roupa à mão coisas que me apetece recordar.
23 de janeiro de 2022.
Eu na minha juventude!
Nunca fiz mal a ninguém.
Foi jovem igual a muitos.
Nem todos me queriam bem.
II
Ainda hoje com idade.
A envelhecer com os anos.
Parece que ainda querem.
Me ofender com seus danos.
III
É coisa que não conseguem.
Talvez seja a diferença.
De muitos não ter coragem.
De dizerem o que pensa.
IV
Mas em cada dos pais.
Aos gritos e alaridos.
Se dizia as verdades.
E se acabava os rangidos.
A senhora Idalina a quem todos chamavam a Garanita ! porque era o sobre nome do seu marido. Era como a minha mãe a chamava . Foi uma família que tive a honra de conhecer ,vinda da Madeira para Porto Santo e começou a morar na rampa da Fontinha. Uma mulher muito trabalhadora que tinha seus filhos pequenos , que eram 4 que já trouxe consigo e mais tarde nasceram mais 4 , no total foram oito filhos , era uma pessoa alegre ,que quando ia lavar a sua roupa no lavadouro da Câmara perto de sua casa , sempre a rir e a conversar. Ela e Maria do boga que também lavava lá a sua roupa. As duas a conversar e a ralhar com seus filhos pequenos , e eu passava e gostava de as ver a lavar , e até aproveitavam e lavavam os filhos .Foi uma grande amiga de minha mãe. Quando passava á nossa porta tinha sempre que chamar a minha mãe ," Carolina" à mulher está tudo bem, e lá se lamentavam por causa das pernas, pois as duas tinham o mesmo problema , de varizes .muitas vezes meu pai chegava a casa , e debaixo de brincadeira , dizia " olha que fazes aqui" e lá conversava .Pessoas boa que guardo no coração por ver que o que era por fora , eram por dentro. Mais um casal simples que veio para Porto Santo como o senhor Rocha e continuaram simples sem fazer riqueza, vivendo do seu trabalho com respeito e humildade seus filhos aqueles com quem convivi tiveram a mesma educação , hoje pouco ou nada os vejo fizeram a sua vida , muito amigos da sua mãe .Hoje vi esta foto que sua neta colocou com sua avó , neta essa que a via crescer de bebé hoje uma mulher da idade de minha filha . e se não me engano sua neta mais velha. Só espero que ela não se ofenda de eu ter tirado a foto. E ao ver esta foto me fez recordar coisas boas que não quero esquecer, as coisas que tanto minha mãe como ela riam e conversavam pessoas que conheci e convivi que foi a senhora Idalina , que te agradeço por te ter conhecido a ti e alguns dos teus filhos. Porque a vida é feita de recordações e as que tenho vossas são boas, recordar a D. Idalino com o seu cabelo branco ainda melhor.
felizarda drumond faustino. 20/02 / 2022.
I
A senhora Idalina!
Era alegre e vistosa .
Com o seu colar de pérola.
Ela fica charmosa.
II
Mas o melhor que ela tem.
Não é a pérola o valor.
É todo o seu coração .
Que sempre deu muito amor.
III
Sua vida foi sofrida .
Com filhos para criar.
Foi ela que os ensinou .
Todos eles a voar.
IV
A beleza desta foto.
Avó e neta lado a lado.
A Patrícia está feliz.
Por ela a ter criado.
felizarda drumond.
22/02/2022. 
A primeira corrida de bicicletas realizou-se na Cidade de Castelo Branco em 1911 e no ano seguinte nasceu meu pai , no Algarve em Vila Real de Santo António .Em 1948 já meu pai se encontrava em Porto Santo a trabalhar na fábrica das conservas , e tinha levado consigo do Continente a sua bicicleta a pasteleira.
Que servia de tudo a imitar um carro ,fez um atrelado onde nos levava a mim e há minha mãe nele quando se ia às Pedras Pretas visitar a família. Mais tarde tinha eu os meus cinco anos, fomos morar para a Vila passamos por várias casas ,uma delas a casa de sobrado que depois foi o primeiro Clube do Portosantense , ai tivemos pouco tempo porque a minha mãe achava que a casa era assombrada , fomos morar para uma casa do avô do Senhor José Albino que hoje já não está entre nós, o senhor Macedo se não me engano. E perto da casa de sua mãe a Senhora Maria Teodora a primeira cabeleireira de mulheres ai meu pai mandou ir do Continente aconselhado por minha mãe duas bicicletas para alugar. Foram as primeiras bicicletas na ilha alugar no Verão, me lembro da minha mãe andar a descer uma pequena escada com elas para as colocar na estrada. A Senhora Maria Teodora estava arranjar os cabelos das clientes na altura era cá umas permanentes
todas com caracóis e se metia com minha mãe " lá vai Carolina com as bicicletas"
Mais tarde mudamos para uma loja por baixo da casa onde morava o senhor Rocha , hoje essa casa foi demolida e existe o Hotel Praia Dourada . Ai era melhor para a minha mãe , e meu pai mandou vir mais duas pasteleiras de homem e uma de senhora. Foi aí com os meus sete anos que Gregório o "galo " estava sempre ali para ajudar minha mãe que depois o deixava andar de bicicleta me disse felizarda queres aprender andar de pasteleira e assim foi , como era bicicleta de homem era com uma perna por dentro e outra por fora , tudo isto em 1957.
Depois de ter escrito sobre a bicicleta pasteleira me lembrei que tinha uma foto com meus pais, já a morar por baixo da casa onde morava o senhor Rocha . Nesta foto tinha eu sete anos ,minha mãe nessa foto estava muito magra tinha tido um esgotamento muito grande quando se estava a morar na fábrica , por causa de um roubo que um dito senhor do Porto Santo que depois foi para o Canada , ou para a Austrália que ele fez na fábrica numa saída de meus pais , num domingo e que ele pensou que nunca se soube , que foi ele , por isso fomos morar para a Vila na altura hoje já Cidade. Nessa casa já os meus pais tinham 3 filhos , eu Augusto, e António . Eramos os irmãos verdadeiros e continuamos a ser mesmo havendo rixas nunca houve falsidade. Depois tudo foi diferente , já nessa foto meu pai já tinha as duas motos que alugava de cor preta e branca de marca Pachancho que meu pai mandava vir do norte de Portugal , em 1957 .
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